sexta-feira, 28 de setembro de 2007

Abuso

"Vem, vem, vem. Devagar. Pode vir com jeitinho. Isso, ta ótimo! Agora pode acelerar. Vai, vai, vai. Pode ir sem medo, que eu cuido. Isso! Não precisa ficar nervosa, ta tudo bem. Agora tá quase...". E essa pouca vergonha se repete todos os dias, quase sempre no mesmo horário, custando apenas 1,70.

São raros os dias que eu passo por isso sozinha, geralmente a minha amiga Feller me acompanha, ou melhor, eu a acompanho nesta triste sina. É só chegar perto do local que já sinto o clima de tensão. Mas a coisa só piora quando adentramos de fato. Ela me manda aquele olhar de "lá vamos nós" e tudo começa.

Sempre aparece o mesmo cara com a já conhecida touca mais do que indecente, tentando cobrir a careca. Ele começa a dar ordens sem sentido e a tensão explode em irritação.

"Vem de ré!" ele exclama. "O que eu faço?" ela me questiona. Eu respondo tentando manter a calma: Oras, vai de ré! E ela me obedece, assim como, faz tudo o que aquele homem manda. Não tem jeito, somos suas reféns até encaixar direitinho. Ora devagar, ora rapidinho.

E se você acha que isso poderia ser evitado de alguma forma, é porque não estuda na Univali e não conhece a Estapar. Que sempre dá um jeitinho de aumentar o preço do estacionamento e diminuir o número de vagas. Totalmente indecente!





quinta-feira, 27 de setembro de 2007

Melhoras companheiro!

Foi num domingo cruel que aconteceu o inesperado. Enquanto eu digitava, no MSN, palavras de conforto ao meu amigo emo que não consegue superar o fim de seu relacionamento, a escuridão me alcançou. Queda na energia. E pimba! Meu computador entrou em coma, sem nem sinal de melhoras. E agora? Como viverei sem o meu computador? Não viverei.

Até porquê, pra me conectar ao mundo virtual terei que usar o computador da minha irmã, e se isso não me levar à morte... não, com certeza isso vai me levar à morte, mais cedo ou mais tarde. Então, para evitar o inevitável, chamei o técnico e ele disse que a noite estaria na minha casa, o problema é que já faz três dias e até agora, nada. Será que devo me preocupar? Não, acho que não.

O fato, é que não consigo mais entrar no meu quarto e ver ele sempre do mesmo jeito, apagadinho, sem uma luzinha piscando ou um beep inesperado no meio da noite. É de dar dó. Foi sempre tão animadinho e forte esse computador, até tempestades já enfrentou, e agora, sem mais nem menos a vida lhe passou uma rasteira. E eu fico me perguntando, e se ele não sair do seu estado vegetal? Será que eu fui uma boa sinhá para ele? E a resposta que me vêm à mente é: “Poderia ter sido melhor”.

Todos os que vieram antes dele eu tratei com mais cuidado. Não é preconceito, não fiz por mal, foi sem perceber. Só com as tragédias é que nos damos conta de nossas atitudes. Por exemplo, o primeiro computador que eu tive foi a maior alegria, eu ainda não sabia ler muito bem, mas já dominava todos os joguinhos daquela tela verde. E cuidava mais dele do que de mim, e principalmente, das minhas notas na escola. Eu passava álcool e o encapava todo para não empoeirar. Não durou muito. Acho que foi o álcool que caia sem querer dentro do teclado e das outras partes.

O segundo computador já era mais moderno, tinha até internet, discada é claro. Puxava o fio da sala que passava pelo corredor até chegar no meu quarto. Era um perigo. Todo o dia alguém tropeçava naquela armadilha. Mas eu não estava nem aí, e coitado daquele que chegasse perto do meu computador, saía sem uma mão.

Foi então que meu pai resolveu me presentear com esse último, ultra-moderno, que têm impressora, copiadora e scanner (que até hoje, não consegui fazer funcionar). Tem até tela de plasma. Xique nu úrtimo!! Mas aí eu comecei a namorar e troquei um companheiro pelo outro. Coitado, acabou virando cabide. E ficou assim até o término do namoro. Mas agora que nós já tínhamos reatado nossos laços e estávamos felizes com o relacionamento, acontece essa fatalidade.

Então, se todos os visitantes do Diarréia Verbal pudessem mandar boas vibrações para a recuperação do meu amigo, eu ficaria feliz. E também, se encontrarem o técnico por aí, avisa que eu ainda estou esperando. Obrigada!

quarta-feira, 26 de setembro de 2007

Bate-Papo Cabeça

Ontem me aconteceu algo incomum. Estava eu, em minha casa, matando a aula do Mário (aquele que te co...) para ajudar a minha irmã a apagar as velas de seu bolo, e para entrar um pouquinho no mundo on-line, é claro. E eis que, a minha consciência estava on-line. Segue abaixo uma parte de nossa conversa.

? diz: Lilian?!
Lilian diz: Oi?
? diz: Se você pudesse ser outra pessoa, quem você seria?
Lilian diz: Ah! A Rita Lee, eu acho.
? diz: A Rita Lee?!
Lilian diz: É. Tudo bem, talvez ela seja rebelde demais pra mim. Então acho que eu seria a Paula Toller.
? diz: A Paula Toller?!
Lilian diz: Calma demais? Então acho que seria metade Rita Lee e metade Paula Toller.
? diz: Agora ficou bom demais pra você.
Lilian diz: ?!
? diz: Pois é.
Lilian diz: Como assim?
...

Sempre foi muito confusa essa minha consciência. Coitada. Mas até que ela tem razão, Rita Lee e Paula Toller é bom demais!

(Eu tentei postar um vídeo das duas cantando juntas: “Desculpe o auê”, porém o YouTube não me gusta mucho. Então, no post abaixo você encontra uma entrevista com a Rita Lee sobre o programa que ela teve, uma época, chamado "Rádio Amador". Mas é claro, só assista se isso lhe interessar.)

Rádio Amador - Rita Lee

terça-feira, 25 de setembro de 2007

Como é ser Larissa?

Quando eu nasci a minha vida era boa, afinal eu era a ÚNICA. Filha ÚNICA, neta ÚNICA, sobrinha ÚNICA. Tempos bons. Mas aí, um ano e meio depois, no dia 25 de setembro de 1989 às 13 horas, para ser mais exata, nasceu aquela coisa com cara de joelho com quem eu supostamente teria que dividir as atenções. Mas eu não consegui aceitar esse meu destino e tentei me livrar daquela berrona.

Foi num momento de distração dos meus pais, quando eles estavam na sala de TV, que lá fui eu, na pontinha dos meus dedinhos ÚNICOS, até a beirada do berço da criatura, puxei a primeira coisa que eu vi, e quando eu estava quase abocanhando o pé do ser chorão minha mãe dá um berro e eu levo a primeira bronca das muitas que levei por causa da minha irmãzinha.

Mas, isso são magoas passadas, afinal, hoje eu não imagino a minha vida sem a minha ÚNICA irmã pra me deixar de mau humor, já na primeira hora do dia. Minha irmã é a ÚNICA que consegue me fazer perder as estribeiras e achar graça nisso. Minha irmã é tão ÚNICA que precisaria de uma manual pra conseguir explica-la melhor.

Mas, até que não é má idéia. Então, segue abaixo algumas instruções de como é ser Larissa, a pessoa que é ÚNICA na minha vida e que apesar de, hoje, ter alcançado a maioridade, eu trato como se ainda tivesse onze anos.

Ser Larissa é... acordar de mau-humor e contagiar a casa inteira, todos os dias, às sete e meia da manhã. Brigar com todo mundo e se irritar quando eu ainda estou deitada, me dizendo: “Queres um convite especial?”.
Ser Larissa é... achar que ouvir rap de facção é legal, que Raul Seixas é o cara, e sempre dançar pagode alegando que é sambista.
Ser Larissa é... jamais ser pagodeira.
Ser Larissa é... rir sem pudor de piada sem graça.
Ser Larissa é... perguntar: “Meu cabelo tá bom?”, mesmo quando já sabe a resposta.
Ser Larissa é... ser caloura três vezes consecutivas. (Até o momento).
Ser Larissa é... ter as fotos de criança mais bizarras da família.
Ser Larissa é... alisar o cabelo, chegar em casa e gastar toda a memória da máquina com fotos “sensuais”.
Ser Larissa é... berrar sem motivo: “Eu quero cachaça!”.
Ser Larissa é... me fazer um favor e me cobrar três anos de favores em troca.
Ser Larissa é... fazer seu aniversário durar um mês.
Ser Larissa é... “engatar” a ré e bater o carro na árvore, que está a sua frente.
Ser Larissa é... controlar a quantidade de comida que você ingere.
Ser Larissa é... tomar café da manhã, almoçar e voltar pra casa às 4 horas da tarde pra comer macarrão.
Ser Larissa é... me deixar extremante irritada.
Ser Larissa é... ficar extremamente irritada comigo.
Ser Larissa é... ser totalmente irritada no trânsito, sendo que, quem está dirigindo sou eu.
Ser Larissa é... ser buzinita. Adora me mandar buzinar!
Ser Larissa é... ir pro Programa do Jô e achar que é global.
Ser Larissa é... cair do pedalinho e tentar fazer o impossível pra subir nele novamente, apesar, de estar mais perto da beira do lago.
Ser Larissa é... ser a única pessoa que faz eu me sentir sempre pronta para a diversão.

sexta-feira, 21 de setembro de 2007

Criativade Bloqueada

Eu queria escrever um texto, mas não consigo. Minha mente parece estar bloqueada com uma confusão de pensamentos absurdos. Não sai nada. Não acontece nada. E eu não tenho pensamentos estranhos sobre nada. E ao invés de nadar, eu estou boiando. Viram? É disso que eu estou falando. Minha veia para o humor secou.

Deve ser o resultado de uma semana tumultuada, com esse tempo chato que anuviou as minhas idéias. Na segunda-feira pela manhã quando eu abri a minha cortina e vi que o tempo estava fechado eu já sabia que a semana ia ser difícil, só não imaginava o quanto.
Amidalite, dores estomacais e meu professor de Fotojornalismo II me mandando ir pra Brusque de bicicleta e me ameaçando com um Photoshop. Eita semaninha difícil essa minha. E mesmo com todo o pensamento positivo que eu fiz um esforço pra ter, hoje é sexta-feira e nem sinal do Sol.

‘Não há coesão e nem coerência, esse texto está me saindo pior do que o esperado’.

Já contei que além de tudo isso, o escritório onde trabalho está em reformas e eu fui jogada num canto tão apertado que esticar os braços é algo impensável? Dá vontade de chorar. Acho que vou virar emo. Até que não seria má idéia, pelo menos assim eu não ficaria tão perdida em relação às coisas, ao contrário, eu saberia exatamente onde estou. No fundo do poço.

Eu sei que as coisas não estão fazendo muito sentido, mas se vocês me dão licença, hoje eu estou me permitindo não fazer sentido algum, porque é assim que me sinto, sem um sentido. É, acho que virei emo mesmo. Ah, mas não há problema algum nisso. Eu sempre achei que se Shakespeare estivesse vivo ele seria emo e eu adoro Shakespeare, vocês não? É tão deprimente, (coisa de emo).

Bom, não vou me estender mais tentando fazer esse texto durar uma página do Word, porque eu simplesmente não agüento mais ficar tentando desbloquear essa minha criatividade que resolveu me virar às costas. Então me desculpem as lamentações e até um dia, quem sabe, se meus pensamentos voltarem ao normal.

E não me venham com: “Se não tem nada pra falar é melhor não falar nada”, que eu não estou com paciência, afinal, isso aqui é pura diarréia verbal.

sexta-feira, 14 de setembro de 2007

Mania de Fubá!

Ontem aconteceu uma coisa tão legal que eu preciso contar pra vocês. Sabem a professorinha a quem dedico o meu blog? Aquela que fica doida com meus erros de português e me manda fazer textos de vinte linhas com enquete em plena quinta-feira tumultuada? Pois bem, ela elogiou o meu blog. E disse que eu tenho uma veia para o humor. Imaginem vocês, logo eu, a pessoa mais mal-humorada que eu conheço. Tudo bem, eu sou um pouco engraçada, mas só porque tenho manias bizzaras, como perseguir maníacos e me viciar no mundo on-line.

Hoje por exemplo acordei com uma nova mania, a mania de ir a busca de um bolinho de fubá. Até hoje não conheci ninguém que gosta mais de bolo de fubá do que eu. Mas também, vocês têm que me entender, ele é tão macio, amarelo e com gosto de fubá! Humm... já consigo sentir até o cheirinho.

Mas como eu ia dizendo, hoje o meu dia acordou nublado e eu nem percebi, estava tão atrasada que saí da cama num pulo e troquei de roupa em segundos, foi então que eu senti aquele maledito aroma adentrando a minha janela. Pirei. Com um pé descalço e o outro calçado saí correndo em direção a cozinha pra ver se era a minha mãe quem estava fazendo o quitute para mim. Não era. Fui para fora e berrei pra vizinha, também não era ela, fui até a rua na tentativa de seguir o cheirinho até o pote de ouro (prato de bolinho de fubá). Quando já estava a quatro quadras de distancia da minha casa eu perdi o fio da meada e me deparei com várias pessoas me olhando com curiosidade, foi quando eu percebi que ainda calçava apenas um tênis. Abaixo a minha cabeça, tentando esconder o fracasso da minha procura, e no caminho de volta para casa dou um encontrão num garoto que caminhava em sentido contrário.

E o destino não poderia ser mais cruel. Era ele, o meu primeiro amor, aquele ramelento que colecionava tazzos do Loney Tunes, por quem me apaixonei perdidamente na segunda série do primário (Ensino Fundamental). Ele me olha de cima a baixo e solta uma gargalhada. Não posso culpa-lo, se me encontrasse na rua naquele estado também acharia graça, mas é como dizem: “Pimenta no ** dos outros é refresco”. O caso é que lá estava eu, despenteada, com UM tênis no pé e uma meia da Hello Kit na mão e com cara de quem tomou leite azedo no dia anterior. E lá estava ele, com a barba feita, o cabelo mais preto e mais liso que eu conheço, os olhos penetrantes e um pote na mão.

Nos cumprimentamos e ele me disse que estava indo fazer um favor pra sua mãe, iria entregar um pedaço de bolo para a amiga que estava doente, BOLO DE FUBÁ! Eu enlouqueci, em poucos segundos mil planos de roubar o pote e sair correndo passaram pela minha cabeça e sem eu perceber já havíamos nos despedido, e lá estava indo embora o meu primeiro, único e verdadeiro amor, o bolo de fubá!

Mas não se enganem, eu ainda não desisti, daqui a meia hora meu chefe vai entrar em reunião e eu já estou em posição de largada para ir correndo na padaria comprar o meu quitute predileto, e ele vai estar todo quentinho, amarelo e saboroso. Ficou com vontade? Nos encontramos lá.





O Blog Pão com Bolinho está fazendo uma enquete para ver qual é o bolinho preferido da galera, e eu é claro, estou fazendo campanha pro Bolinho de Fubá! Então votem lá... http://paocombolinho.blogspot.com/. E Obrigada =))

quinta-feira, 13 de setembro de 2007

Azedou

Todo mundo pensa que a minha vida é boa porque eu sou magra, alta, tenho um bom emprego e todas aquelas coisas que eu me digo quando acordo na tentativa de me fazer levantar para ir ao trabalho.

Hoje eu acordei atrasadíssima e coloquei minha calça tamanho 36, um sonho? Nem tanto. Quando fui comprar essa calça tive que escolher uma das mais bregas da loja que eram as únicas que serviam nas minhas pernas magrelas, e ainda tive que dar um “pontinho”, foi o que a vendedora disse pra mim: “Precisa dar um pontinho, aqui na coxa”, aposto que ela queria ter minhas pernas de Olívia Palito, invejosa.

No caminho para o trabalho eu noto pelo retrovisor que ainda há ramelas no meu rosto, na tentativa de expulsa-las dos meus olhos eu, sem querer, acabo entrando na frente de um carro que grita pra mim em um tom ameaçador: “Ta louca baranga?”. Fiquei muito agradecida com aquela pessoa que fez eu me sentir muito melhor num péssimo dia.

Cheguei aqui e percebi que tudo estava diferente, primeiro foi a tensão para chegar no estacionamento, entrei num engarrafamento em uma rótula, passei por cima de dois canteiros e quando enfim chego na minha vaga eu encosto sem querer numa moto e ela cai em cima da cerca. Sabe o que eu fiz? Tentei fingir que não era comigo e tropecei em cima do cachorro, e como a minha sorte é grande, atrás de um carro estava o mecânico da empresa que viu tudo em posição privilegiada e agora todo mundo da oficina sabe que eu sou o desastre disfarçado na pele de uma morena alta, linda, magra e modesta.

Enfim adentro o escritório e desanimada, vou fazer um café com leite que acabei descobrindo depois de um gole sedento, estava azedo. Checo meu e-mail e vejo que um cliente muito simpático que sempre me chama de “Dear Lilian” havia me mandado um e-mail. Clico duas vezes na mensagem e levo um choque ao ler. Além de não haver o Dear na frente do meu nome ele ainda me diz para “acelerar o processo”. Me chamou de lerda na cara dura. Então se vocês me dão licença, vou lá responder a esse gentil senhor. Esse é um daqueles dias q eu jamais deveria ter saído da cama.


Da sua “Dear Lilian”, em potência turbo.


Leite Azedo

segunda-feira, 10 de setembro de 2007

A Recuperação

Hoje é um dia de comemorações. Faz dois anos e meio que eu estou limpa. Confesso que não foi fácil, mas com a ajuda dos meus amigos, familiares e alguns grupos de apoio, hoje eu me encontro curada. Quem me encontra na rua, não acredita que há alguns anos eu era uma viciada, completamente dependente. Nesses dois anos eu recuperei muito do meu orgulho e da minha identidade, e ainda há muito mais para ser recuperado, mas já posso dizer que ando novamente de cabeça erguida pelas ruas, pois já não tenho mais vergonha e sei que meus depoimentos podem ajudar outras pessoas que passam pelos problemas que eu passei. Olá, meu nome é Lilian, eu tenho 19 anos e fui uma viciada.

Tudo começou como uma coisa sem importância. Só para experimentar, ver qual a sensação. Mas infelizmente depois da primeira prova não pude mais largar. É isso o que acontece, você vai meio tímida, como quem não quer nada e sem mais nem menos a coisa sai de controle. Eu me lembro do meu primeiro contato. Fui dormir na casa de uma amiga que me parecia inocente, quando na verdade a inocente era eu. Na calada da noite, quando os seus pais já estavam dormindo ela me levou ao escritório e me mostrou o que seria a minha ruína. Eu fiquei um pouco apreensiva, mas ela disse que estava tudo bem e que iria fazer um pra mim. Depois desse dia eu queria sempre mais e mais. Virei noites buscando cada vez mais e não conseguia parar, eu não queria parar. Chamavam-me de viciada, e eu dizia que parava se quisesse, mas não queria.

Aqui fica o meu aviso. Se vocês ouvirem as palavras AVALANCHE ou SCOOP, saiam correndo, resistam, não se deixem levar. Foi assim comigo, depois daquela noite eu fui pra casa e baixei esse programa e tudo foi por água abaixo. Eu entrava em vários #(canais) ao mesmo tempo, criava /nick (nicknames) diferentes sem a menor vergonha ou cara-de-pau. Nos piores momentos eu brigava, xingava, kickava, era kickada. Depois que eu virei OP do canal da minha cidade as coisas ficaram fora de controle. Eu estava completamente viciada.

Aquela tela escura e aqueles PVT´s malditos, piscando, tudo era muito alucinante e a sensação, não poderia ser a melhor. Eu acordava e ia correndo ligar o computador e me conectar ao mundo da perdição. Logo de cara abria os PVT’s e não piscava, cada letra digitada, cada espera da resposta do outro lado. Aquela satisfação magnífica que durava muito pouco. Eu queria mais. Comecei a falar com várias pessoas ao mesmo tempo e somente ficava /away para comer e para ir ao banheiro, depois de um tempo só para ir ao banheiro.
Meus pais perceberam as minhas notas e faltas no colégio e decidiram dar um fim naquilo, me fizeram dar o primeiro passo para a recuperação. Obrigaram-me a fazer um /quit. Foi muito duro. Eu confesso. Mas foi preciso. Depois dos tratamentos, das crises de abstinência e de todo o sofrimento eu posso dizer que a minha recuperação foi difícil, mas eu consegui, e espero que vocês não desistam.



quinta-feira, 6 de setembro de 2007

Los Hermanos - Todo Carnaval Tem Seu Fim [LEGENDADO]

Como a Professorinha disse que sentiu falta de um vídeo no meu blog, resolvi me render e colocar o vídeo dos Los Hemanos no Cine Íris, tocando a música que mais tem a ver comigo no momento... "Todo Carnaval Tem Seu Fim". Espero que gostem!

quarta-feira, 5 de setembro de 2007

Maníaco do Cinema - Parte II

Hoje de manhã eu estava parada em frente ao semáforo viajando, como de costume, e comecei a observar as coisas que aconteciam. Vi duas senhoras andando em direção à beira-rio com suas roupas largas, achei que estavam indo caminhar, apesar de ambas estarem maquiadas, vai saber. Aí quando elas passaram pela frente do carro discutindo sobre os padres da Igreja Matriz eu logo entendi que na verdade elas estavam indo lá em casa bater um papo com a minha mãe, segunda-feira é dia de reunião no sindicato das carolas, segundo a agenda bíblica. Além das carolas havia um par de emos atravessando a rua.

Porém, não foram os emos nem as carolas que me chocaram nesta manhã, o que mais me chamou a atenção foi que o carro ao lado do meu estava sem janelas, no lugar havia plástico colado com fita adesiva, isso mesmo, plástico colado com fita adesiva. Mas isso não é o pior, o pior é que o motorista era a cara do maníaco do cinema, aquele com as armas escondidas no saco das pipocas. Imaginem o perigo que eu estava correndo trancada entre dois carros num sinal demorado com um maníaco ao lado. Fiquei tão nervosa que deixei o carro morrer só com a força do pensamento. Vai ver foi o maníaco que assassinou o meu carro por um curto período de tempo.

Nervosa com aquele sinal que não abria, com o carro desfalecido e correndo sério risco de vida, percebi que o maníaco acenava pra eu baixar o vidro da janela. Até parece que eu ia baixar o meu vidro, vai que o carequinha resolve me atacar pelo plástico, sou muito nova pra morrer. Quando o sinal abriu senti um alívio tão grande que dei um trancão e cantei pneu de leve. Tudo bem, minha segunda barbeiragem do dia, ainda tenho mais uma vida.

Quando faço a curva vejo que o carequinha não se encontra mais ao meu lado, porém, o meu retrovisor viu tudo, ele estava me seguindo. Dou sinal fingindo que vou entrar à direita, mas não entro, ele continua me seguindo. Mas que esperto, pensei, não caiu na minha armadilha. Meu retrovisor me avisa novamente que ele vai atacar, diminuindo a velocidade ele para ao lado de um pedestre e o chama, tentei fazer mil gestos para avisar aquele senhor. Parece até que deu certo, porque o maníaco viu e saiu em direção contrária, deixando o senhor, eu e meu retrovisor em paz.

Cheguei em casa e contei tudo pro meu pai, fazendo gestos e falando mais rápido que de costume. Quando eu estava toda empolgada falando de como fui esperta espantando o carequinha para sempre, meu pai, solta um riso forçado de deboche e diz que eu sou doente da cabeça, que provavelmente ele só queria uma informação e como eu não dei atenção, ele pediu informação pro pedestre.

Foi quando eu percebi que ele tinha armado o álibe perfeito e que meu pai caiu feito um patinho. Mas comigo não, eu sou mais esperta eu sei ver além, vocês não acham?

terça-feira, 4 de setembro de 2007

Maníaco do cinema - Parte I

Sorte de hoje: Não assistam ao filme "Uma Noite no Museu", é horrível de chato.

Ontem fui ao cinema com meu amigo e como não era o meu dia de sorte acabei assistindo ao filme da dica de hoje. Eu morro de medo do shopping, sabem como é, as pessoas que freqüentam shoppings são meio macabras, enfim, comprei meu ingresso e quando entro no cinema, imaginem vocês, que não tinha pipoca. Isso mesmo, cinema sem pipoca, como assim? Foi aí que eu percebi que tudo daria errado.

Sem as amanteigadas pipocas eu entrei na sala e as luzes já estavam apagadas. Encontro um lugar confortável e me sento na poltrona macia de tão usada. Quando olho para o lado, ele estava lá, um homem com seus quase cinqüenta anos, sozinho, com um saco de pipocas nas mãos e uma bolsa enorme entre seus pés. Logo saquei tudo, ele estava com armas dentro da sacola, como aquele cara que atirou em todo mundo no cinema dos Estado Unidos, e a pipoca, bom, a pipoca era apenas um disfarce.

Sussurrei para o amigo a minha teoria do terrorista que estava na poltrona ao meu lado e ele riu. Disse que eu era uma louca e que o cara provavelmente teria trazido camufladamente a pipoca dentro do saco porque é proibido entrar no cinema com comida, me mandou parar de fantasiar as coisas e prestar atenção no filme que eu tinha escolhido. Que amigo mais incompreensível que eu fui arranjar. E ainda caiu direitinho na armadilha do carequinha, mas eu não, eu já havia sacado tudo.

Assisti ao filme com um olho na telona e o outro naquele senhor que comia e fungava ao mesmo tempo, o filme era tão ruim que passei a sacar o cara mais do que assistir aquela porcaria. Observei cada risada exagerada daquele careca de óculos redondinho, cada movimento suspeito e coçada nojenta no nariz.

Sem eu perceber o filme já estava em seu fim e as luzes já iam começar a acender. O velhote pegou a sacola do chão e a abriu, eu já estava prontinha para berrar: “Salve-se quem puder!”, mas ele pegou o pacote de pipoca vazio e colocou dentro da sacola, levantou bem devagar e foi embora, tentei apressar o amigo para poder segui-lo, mas parece que o tal do amigo lê os créditos finais para poder dizer que aproveitou o dinheiro gasto. No final das contas o velhinho percebeu que eu estava ligada e resolveu deixar seu plano para outro dia.

Vai o meu aviso para vocês: Tranquem bem suas portas e durmam com um olho aberto porque há um maníaco pelas redondezas.