terça-feira, 24 de junho de 2008

Preguiça

Ai que preguiça! Até pensei em ir comprar um café, mas aí eu teria que arrumar meu cabelo pra sair na rua, e pra arrumar meu cabelo eu teria que ir ao banheiro e me olhar no espelho, e pra ir ao banheiro me olhar no espelho eu teria que subir as escadas, mas eu não posso subir as escadas porque estou com muita preguiça.


Sabe aqueles dias em que pensar cansa? Então, hoje eu fiquei três minutos criando coragem pra mexer o mouse sem gastar muitas energias. Parece coisa de gente insana, mas eu acho que se fosse um daqueles bonequinhos do The Sims (joguinho que simula o cotidiano) eu já estaria dormindo no chão do escritório. Hoje eu nem almocei por preguiça de levantar do sofá e caminhar até a cozinha, e a minha casa nem é grande.


Gastei toda a minha manhã com esse texto, é claro, utilizando o mínimo de esforço possível. O problema desse desanimo é que ele chegou num péssimo momento, no final do semestre. Tenho tanta coisa pra fazer, pra resolver, coisas que exigem de mim muito mais do que eu estou podendo ofertar, e isso vai dando uma preguiça.


Eu não faço idéia do que fazer pra curar essa urucubaca, cada um tem um palpite sobre o meu diagnóstico. Já me foi dito que pode ser TPM, desmotivação, sono atrasado, princípio de depressão e segundo a minha mãe eu sofro de preguicite aguda. E eu tenho que confessar que baseada no meu histórico, a minha mãe está certa, eu estou com uma preguiça daquelas que vem com o inverno e só passa no verão.


Acham que baiano é preguiçoso por causa do calor, porque não conhecem a preguiça dos sulistas no inverno, pelo menos dessa sulista, que vai ficando por aqui porque está com muita preguiça de ir adiante.



quarta-feira, 11 de junho de 2008

Mãe!

Ela é engraçada, inteligente e linda. É medrosa, exagerada e adora um drama. Todo o dia ela briga comigo. Todo o dia ela diz que me ama, me abençoa e reza por mim. Ela sempre está preocupada com tudo o que eu faço e me deixa preocupada com as coisas que eu ainda nem fiz. Ela é o meu espelho, é a voz da minha consciência e foi a primeira coisa que eu amei na vida.

Nossa história começou há vinte anos e mesmo depois do rompimento do cordão umbilical, eu sinto que vou estar presa a ela pro resto da minha vida, e só isso faz com que eu me sinta completamente segura, porque eu sei que nada no mundo pode destruir esse laço. Não importa quantas vezes eu faça as coisas erradas, quantas vezes eu a magoe e estrague tudo, ela sempre vai estar ao meu lado, sempre.

Tem dias em que o bom coração dela me irrita, quando eu percebo que ao acreditar nas pessoas ela pode sair machucada. Eu tento alerta-la sobre as verdadeiras intenções dos “bem-intencionados”, mas ela me dá aquele sorriso dizendo que não adiantou nada eu gastar saliva. Nesses dias os papéis se invertem. Dizem que é assim mesmo, depois de um tempo a filha cuida da mãe retribuindo toda uma vida de devoção.

Minha mãe foi sempre assim, muito devota aos seus santos, suas filhas e sua família. Por isso, hoje, em minhas orações eu irei agradecer por mais um ano com a rainha do meu mundo, a dona Maria.

Parabéns mãezinha, eu te amo muito!

segunda-feira, 2 de junho de 2008

Arriba!

Uma precisava desabafar suas dores e ganhar algum consolo, a outra precisava compartilhar alguns sentimentos e perder alguns temores. Mas como elas fariam isso? Onde poderiam se encontrar pra partilhar o que estivam sentindo? A resposta é simples: Restaurante mexicano com direito a aulas de salsa e coreografia da macarena.

Sim, domingo à noite eu e a Jéssica nos jogamos dentro do carro e nos dirigimos até o restaurante mexicano mais pop da cidade, um luxo! Já na entrada eu havia sido alertada, “só pode beber quem dançar”, tudo bem eu pensei, eu danço. Na verdade até que eu tenho uma certa coordenação motora pro negócio, não sou uma dançarina nata e nem faço loucuras como a Baby e o Johnny em “Dirty Dancing”, mas o problema não era eu, eram eles.

Quando entramos estava tudo quieto, tudo muito bom. Nos sentamos numa mesa ao lado da pista de dança, (sim, estávamos psicologicamente preparadas para a dança latina) quando derrepente aquele dançarino com o pior sotaque castellano que eu já vi na vida, com a fantasia brega e com um sorriso mostrando todos os dentes apareceu, e dançou, e me fez dançar e eu estava me divertindo com aqueles passos, pra frente pra trás... vira! Direita, esquerda. Quando derrepente o pessoal da mesa de trás resolveu levantar.

E o trio da Graça apareceu. Logo já vi que o primeiro era o Desgraça, sem coordenação ele pisava no próprio pé tentando acompanhar os passos, um desastre total, mas pelo menos ele estava levando a sério aquela coisa de esquerda e direita. Já o seu amigo, o Sem-graça era totalmente um palerma, fazendo piada com a dança só conseguiu fazer uma única menina rir de suas gracinhas, e eu desconfio sinceramente que ela tenha dado aquela risada pra ele sair do caminho do banheiro. Por último, e bem menos importante estava o senhor Nem-de-graça, ele era esquisito, tinha um péssimo gingado, estava bêbado, e no final ainda arranjou uma briga.

Mas eu dou graças pelo trio da graça, que animou o ambiente e deu a mim e a Jéssica um motivo pra falar mal de alguém, a gente estava precisando disso, destilar algum veneno sobre pessoas desconhecidas. Eu sei, o tal do carma. Tudo bem, porque não falamos nada além da mais pura verdade. E depois que acabou a aula de salsa, nós balançamos o esqueleto com nossos próprios passos, mãos ao alto e transformando o trio da Graça em um quinteto, e eu estou certa de que vocês podem imaginar os nossos apelidos.