quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Engarrafamento

*Eu escrevi esse texto há algumas semanas, e apesar de já ter excluído cinco vezes dos meus arquivos ele sempre volta pra me assombrar. Então, na tentativa de ser deixada em paz eu vou publica-lo aqui. Quem sabe assim ele para de me assombrar e passa a assombrar vocês. Úúúúúúú!!!


Imaginem vocês que eu fui para Balneário Camboriú com a minha mais nova motorista: Larissa. Tá certo que ela ainda não tem muito tempo de direção e tudo mais, mas a menina até que dirige bem, melhor que eu, não que isso seja lá grande coisa, mas tirando o fato dela buzinar até pro semáforo quando julga que ele demorou mais do que o necessário, tudo acaba saindo bem na maioria das vezes.

Depois de resolvermos nossas pendengas naquela cidade, eu tive a grande idéia de voltar pela praia pra ver o movimento. Acabei quebrando a cara, estava tudo parado. Quer dizer, até tinha movimento na praia e nos bares, mas os carros simplesmente não andavam. Lógico que a Larissa não parava de reclamar com a mão enterrada na buzina.

Irritada com o trânsito, com a Larissa e com a idéia que eu havia tido, resolvi me desligar daquele momento infernal e comecei a olhar as pessoas na praia. Tudo estava chato e sem graça até que um carro preto parou ao lado do nosso e o homem mais lindo do mundo surgiu diante de mim. Senti minhas bochechas queimarem na hora que ele me deu um sorriso que pararia o trânsito se já não estivesse engarrafado.

Depois de algumas trocas de olhares e sorrisos eu senti que ele ia me pedir alguma coisa, desejei com todas as minhas forças que ele me pedisse em casamento, mas ele só queria saber se estávamos muito longe do hotel onde estavam seus amigos. Com uma enorme decepção eu reuni minhas energias para fazer a cara mais despreocupada do mundo para responder onde ficava o tal hotel.

Quando abri a minha boca, antes mesmo de falar alguma coisa, o trânsito andou, a Larissa se adiantou e com a boca ainda aberta senti a minha cabeça ser jogada para frente e para trás, batendo primeiro no encosto da banco e depois da maçaneta do porta-luvas. O trancou que a agoniada da Larissa deu para arrancar foi tão forte, que deixou um roxo na minha testa e a minha alma gêmea para trás.

Então fica o aviso: Se quiser paquerar, dirija você mesma!