terça-feira, 19 de agosto de 2008

Malu e Joca

Maria Luiza, a Malu, e o João Carlos, o Joca, foram feitos para ser um do outro. Isso é um fato que não possui qualquer explicação. Eles não se conheciam, apesar de morar no mesmo bairro, freqüentar a mesma universidade e possuir alguns amigos em comum. Malu acredita que o destino fará com que se encontrem Joca nem chegou a pensar nisso.

Quando era criança Malu passava horas olhando para as figurinhas em formato de estrelas que brilham no escuro, coladas com cuidado no teto do seu quarto. Ficava sonhando com o futuro e cresceu acreditando no poder do universo. Não sai de casa sem ler seu horóscopo e todos os seus passos estão ligados a um sinal que recebeu, ou que acredita ter recebido. A maioria das pessoas acredita que Malu é louca, e a maioria desse grupo acha essa loucura um charme.

Joca não acredita em signos e sorte. Ele acredita no acaso, na coincidência ou no fazer acontecer. Corre atrás do que deseja muito, e o resto ele espera pra ver no que vai dar. Não é malandro, mas também não faz parte do grupo dos esforçados. Se tem algo que ninguém pode negar é que Joca é realmente engraçado.

Enfim eles se esbarraram numa festa, a Malu e o Joca. Detestaram-se de cara. Ele era só um cético, que de tão metido a engraçado era um saco. E ela não passava de uma maluca depressiva que pra aturar a própria loucura tinha que inventar um destino miserável. Conversaram um pouco mais e mudaram de opinião. Ele era divertido e gentil e ela era doce e sonhadora, talvez mais do que o normal, mas esse era o seu charme.

Quase se apaixonaram, só não aconteceu porque Pedro interrompeu a conversa para levar Malu até onde pudessem observar as estrelas. Ela entendeu isso como um sinal e acabaram noivos, o Pedro e a Malu. Agora Joca continua sua vida sem nenhuma emoção, e nem Malu está radiante com o seu noivado. Nunca esqueceram um do outro, mas não enxergam o porquê.

Essa história só terá um final feliz se o universo conspirar novamente a favor dos dois ou se o Joca tomar alguma atitude.

(Pelo menos é um texto novo)

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Dia do contra

Amanhã é o dia do contra! Eu adoro o dia do contra, é o dia mais legal da semana. Tudo tem um sabor diferente nesse dia, as coisas são feitas de maneiras mais divertidas e totalmente contrárias ao resto da semana. Quem não adora o dia do contra? O último dia da semana que faz tudo ser mágico.

No dia do contra eu não realizo sonhos, eu simplesmento sonho com as realidades. Eu me aprisiono nas coisas que me dão liberdade. Tomo café da manhã na hora do almoço e almoço na hora da janta. Acompanho a lua ao invés do sol. Sorrio, de um jeito que eu não faço durante a semana, só faço no dia do contra.

No dia do contra eu penso em uma única coisa e não me preocupo com nada. Porque no dia do contra ele fica comigo, arrebenta o meu cabelo, deixa zumbidos na minha cabeça, me chama de perebinha e eu aceito numa boa, mas só no dia do contra. Existe só uma coisa que não muda no dia do contra, uma coisa enorme e sem fim. O amor, esse não muda nem se for contra ou a favor. Mas de resto, tudo é melhor no dia do contra. Ou você tem algo contra isso?