segunda-feira, 23 de abril de 2012

Carência


Em dias que a carência toma forma de mulher e o chororô vira o hit do momento, até a senha da internet é motivo de nhênhenhé.  Tudo isso porque quando ele saiu de manhã não me deu bom dia e beijo, justo hoje que está friozinho e vai passar aquela comédia romântica dos anos 90 na TV.

Que mulher que nunca cobrou beijo, carinho, atenção e olho no olho? Até a mulher mais forte, independente e auto-suficiente desse mundo já teve um dia em que acordou querendo ser tratada como uma princesa, delicada e frágil, amada incondicionalmente sem fazer nenhum grande esforço, somente por existir na vida de alguém.

E tudo poderia ser lindo e perfeito até o amanhecer se não fosse o outro lado da história, o homem. Existe ser mais sem noção e com nível quase inexistente de sensibilidade que esse? Sempre me disseram que o amadurecimento do homem é mais lento que o da mulher, mas achei que nessa altura do campeonato eles já teriam saído do nível homem das cavernas. Hunf, quanta ingenuidade a minha, não é mesmo?

E não me venha dizer que o seu namorido é súúúper, sensível, compreensivo, chora no final da novela, adora fazer compras com você e nunca reclama de nada, que eu vou chamar ele de gay e sair difamando. Vou mesmo, porque se ele não for gay está te traindo, e se não for gay e não estiver te traindo alguém está mentindo nessa história. Faz o favor, nem mulher engloba tantas qualidades femininas de uma única vez.

O fato é que quando minha carência vai à 100, a sensibilidade dele vai à 0. Até ele se tocar de que algo não está normal e perceber que ali no canto da cama tem um ser frágil e sensível precisando de um cafuné, então ele me abraça, bagunça meu cabelo, me faz rir e deixa eu me aninhar pertinho dele até sentir que as coisas estão voltando ao equilíbrio e tudo se encaixar como num passe de mágicas.

Quando moramos com nossos pais nós temos o colinho da mãe e o cafuné do papai para resolver dias assim, mas quando moramos juntos, ou o companheiro se adapta a te dar aquilo que precisa ou você vai acabar se sentindo sozinha, vazia e vai querer voltar pra casa dos pais. Homens, por favor, não abandonem suas mulheres em dias de nhénhenhê, todo o esforço trará recompensas, acredite.


Agarradinhos!

quinta-feira, 29 de março de 2012

Dividindo a vida

Então ficou decidido assim meio apressado, meio pressionado. Mas sem pensar muito no assunto para não mudar de idéia. Era uma sexta-feira chuvosa, e horas antes da visita chegar estávamos empurrando móveis, fazendo malas para começarmos a transformar aquele apartamento de dois quartos com uma bela sacada, em um lar. Ainda estamos no processo, afinal faz apenas cinco meses que juntamos nossas escovas de dente, travesseiros, contas a pagar e sonhos, e vou contar que foi difícil, mas tão difícil que quase desistimos. A verdade é que a arte de viver a dois tem tantas camadas, adaptações e descobertas que só os fortes sobrevivem, se me permitem o clichê.

Imaginem um casal onde a garota, uma menina mimada de classe média que não arrumava a própria cama e sempre viveu com empregadas domésticas, e o garoto, um rapaz que já morava sozinho há cinco anos e se virara na sua total independência, resolvem unir suas vidas em um único apartamento, vivendo dos seus salários de recém-formados. Conseguem imaginar? Então vou contar pra vocês o que acontece.

A garota se esforça para aprender a organizar um apartamento, mas não consegue, o garoto se esforça para dividir a sua privacidade, mas isso o deixa irritado. Não estavamos preparados para a novidade, ninguém avisou que seria necessário um esforço, ninguém avisou que amor não basta, não é o suficiente, que no começo sempre falta dinheiro para alguma coisa. Ou compram-se cortinas, ou reforma-se o sofá, ou planeja-se uma viajem, ou tantas outras coisas que serão deixas de lado até subirem ao topo das prioridades.

Com a falta de compasso e de sintonia começaram as brigas. No começo eram pequenas faíscas causadas por atritos, mas que se transformaram numa caldeira de ressentimentos e ofensas. Doía mais o que saia pela boca do que o que entrava pelos ouvidos. Doía ter que admitir que não estávamos preparados, assumir que o impulso foi mais forte que a razão, que talvez devêssemos ter esperado. Não sei. Não sei se tivéssemos esperado não teríamos passado pela mesma situação, isso nunca saberei. O fato é que passamos, e ainda estamos passando, reunindo o que sobrou do furacão e reconstruindo a relação. Tivemos que reaprender a conviver num nível avançado de coexistência. Não está sendo fácil, mas está sendo esclarecedor e nos deixando mais firmes e certos da decisão que tomamos no começo.

Superamos a primeira crise e isto nos deu confiança. Acreditamos na nossa relação, onde “eu e ele” se transforma em nós e tudo vira nosso. Nossa casa, nosso quarto, nossa cama. E como um casal do século 21 as tarefas, deveres e direitos estão misturados, eu limpo e ele também, ele cozinha e eu também, ambos trabalhamos e ambos pagamos as contas. Dividimos a vida, mas não estamos casados, porque casamento é um passo importante e só iremos em frente quando nos sentirmos preparados, mais estáveis e menos ameaçados por nós mesmos. Por enquanto vivemos no test drive.





quarta-feira, 11 de maio de 2011

Há dois anos...


Oi pessoal!

Faz tempo que não apareço por aqui, né? A última vez que atualizei esse blog tinha 21 anos, estava começando a fazer o meu trabalho de conclusão de curso para conseguir o tão esperado diploma de bacharel em comunicação social – jornalismo. E eu consegui! Vocês acreditam? Nem eu. Depois de terminar a faculdade eu comecei uma especialização em comunicação empresarial na PUCPR, o que me fez enfrentar três horas de estrada durante um ano até Curitiba. Agora já estou fazendo o meu segundo trabalho de conclusão de curso e não preciso viajar tantas vezes. E vocês, o que fizeram nesses dois anos?

É engraçado ver que tanta coisa mudou, certo? Como o fato de eu não roer mais as minhas unhas (faz duas semanas), ganhar o título de responsável pelo marketing da mesma empresa que eu trabalhava há dois anos. Meu cabelo cacheado está dois dedos mais compridos e precisando de um corte com urgência, tem finas linhas de expressão (rugas) contornando meus olhos, o Obama matou o Osama e o Brasil tem uma mulher na chefia. Não, eu não, a Dilma.

Mas tem certas coisas que nem o tempo transforma. O barbudinho da oficina ainda me sabota e eu continuo indo para a terapia fazer análise toda a semana. Ainda tenho o dom para encontrar psicopatas em todos os lugares, adoro uma fofoca e continuo amando bolo de fubá. O Brasil continua nas mãos do PT e ainda passa A Grande Família, graças a Deus.

Então, já que fizemos o balanço do hiato deste blog, vamos recuperar o tempo perdido e simbora transformar o futuro. Plagiando o Cazuza na cara dura... Vem comigo, que vai ser divertido!

Beijos e queijos.


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