Foi num domingo cruel que aconteceu o inesperado. Enquanto eu digitava, no MSN, palavras de conforto ao meu amigo emo que não consegue superar o fim de seu relacionamento, a escuridão me alcançou. Queda na energia. E pimba! Meu computador entrou em coma, sem nem sinal de melhoras. E agora? Como viverei sem o meu computador? Não viverei.
Até porquê, pra me conectar ao mundo virtual terei que usar o computador da minha irmã, e se isso não me levar à morte... não, com certeza isso vai me levar à morte, mais cedo ou mais tarde. Então, para evitar o inevitável, chamei o técnico e ele disse que a noite estaria na minha casa, o problema é que já faz três dias e até agora, nada. Será que devo me preocupar? Não, acho que não.
O fato, é que não consigo mais entrar no meu quarto e ver ele sempre do mesmo jeito, apagadinho, sem uma luzinha piscando ou um beep inesperado no meio da noite. É de dar dó. Foi sempre tão animadinho e forte esse computador, até tempestades já enfrentou, e agora, sem mais nem menos a vida lhe passou uma rasteira. E eu fico me perguntando, e se ele não sair do seu estado vegetal? Será que eu fui uma boa sinhá para ele? E a resposta que me vêm à mente é: “Poderia ter sido melhor”.
Todos os que vieram antes dele eu tratei com mais cuidado. Não é preconceito, não fiz por mal, foi sem perceber. Só com as tragédias é que nos damos conta de nossas atitudes. Por exemplo, o primeiro computador que eu tive foi a maior alegria, eu ainda não sabia ler muito bem, mas já dominava todos os joguinhos daquela tela verde. E cuidava mais dele do que de mim, e principalmente, das minhas notas na escola. Eu passava álcool e o encapava todo para não empoeirar. Não durou muito. Acho que foi o álcool que caia sem querer dentro do teclado e das outras partes.
O segundo computador já era mais moderno, tinha até internet, discada é claro. Puxava o fio da sala que passava pelo corredor até chegar no meu quarto. Era um perigo. Todo o dia alguém tropeçava naquela armadilha. Mas eu não estava nem aí, e coitado daquele que chegasse perto do meu computador, saía sem uma mão.
Foi então que meu pai resolveu me presentear com esse último, ultra-moderno, que têm impressora, copiadora e scanner (que até hoje, não consegui fazer funcionar). Tem até tela de plasma. Xique nu úrtimo!! Mas aí eu comecei a namorar e troquei um companheiro pelo outro. Coitado, acabou virando cabide. E ficou assim até o término do namoro. Mas agora que nós já tínhamos reatado nossos laços e estávamos felizes com o relacionamento, acontece essa fatalidade.
Então, se todos os visitantes do
Diarréia Verbal pudessem mandar boas vibrações para a recuperação do meu amigo, eu ficaria feliz. E também, se encontrarem o técnico por aí, avisa que eu ainda estou esperando. Obrigada!