quarta-feira, 22 de agosto de 2007

Primeira vez

Quem lembra da primeira vez que dirigiu? Você se lembra? Eu me lembro da primeira vez que dirigi, foi tudo tão emocionante, eu ali dentro do carro sem carteira de motorista e sem idade para tal façanha. Meu pai estava orgulho porque iria me ensinar a conduzir e minha irmã animada porque sabia que tudo ia dar errado. Mas como? Como ela sabia que tudo ia dar errado?

De fato a minha irmã possui o dom da premonição dos meus deslizes, geralmente quando ela diz que vou fazer algo vergonhoso que vai ser a diversão da galera, eu vou lá e faço. Dá pra acreditar? Será que existe esse tipo de dom ou é simplesmente a bebida? Vai saber...O fato é que na primeira vez que dirigi estavam todos ansiosos que a coisa começasse, que eu ligasse o motor e saísse manobrando por entre os obstáculos que existem no pátio da empresa em que meu pai trabalha.

Então, girei a chave mais do que deveria, o motor fez um barulho mais alto do que deveria e o carro deu um trancão maior do que se esperava, os ânimos estavam alterados naquela tarde. Com toda a minha experiência em condução de automotores eu concluí que o importante era acelerar e frear, então direcionei minha perna direita para o acelerador e minha perna esquerda para o freio, problema algum se o carro do meu pai tivesse cambio automático, não tem.

O muro ficando cada vez mais perto da frente do carro fez com que minha irmã começasse a gritar “Vou morrer” e eu começasse a acelerar achando que estava freiando, meu pai desesperado com a situação em vez de puxar o freio de mão puxou a minha calça berrando: “Põe o pé na embreagem... não acelera... põe o pé na embreagem... na embreageeemmm!!!” Para mim aquilo era grego, afinal, quem era essa tal de embreagem?

Tudo ficou muito assustador, mas eu sou brasileira e não desisto, pelo menos não tão fácil. Insistindo em apertar o acelerador com a fé de que ele desistiria de fazer o carro andar, meu pai puxando a minha calça com a fé de que meu cérebro começaria a raciocinar e minha irmã berrando no banco de trás com a certeza de que aquilo tudo daria piadas pro mês inteiro, quando derrepente o carro morreu para a felicidade do meu pai, para a tristeza da minha irmã e para a minha decepção. Foi aí que concluí que eu realmente não nasci para pilotar.

Só fui dirigir novamente na auto-escola onde graças ao decote, a maquiagem pesada e a má iluminação eu tirei minha carteira e hoje ando por aí, aos trancos e barrancos com meu carrinho-de-choque.

A minha irmã soube tirar proveito da minha situação até o dia em que dirigiu pela primeira vez. Ela entrou no carro estacionado, “engatou a ré” e bateu na árvore, que estava a sua frente.

Moral da história: * Se beber não dirija, principalmente se não souber dirigir!

5 comentários:

Luis disse...

que bom que a sua irmã engatou a ré e bateu numa árvore que estava na frente dela né...
hahahahahha

Unknown disse...

Eu me lembro sim, da primeira vez que dirigi. e não foi nada bonito, ainda bem que eu não invento moda e estava do lado de uma instrutora!
HA!


:*

Aline Wernke disse...

Na verdade, eu ainda não sei dirigir, então façanhas não me faltam. Se bem quem uma que eu fiz na 101 é inesquecível, mais invés do meu pai mandar eu frear ele mandava eu acelerar, e assim vai...

Susan disse...

Lilian... diarréia verbal é um nome bem propício prum blog vindo de ti, né? huahuahua
Adorei!

Luis disse...

Pooo, vim aqui hoje, achando que ia encontrar um posto sobre o intercom...